quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mas você tem que ter fé!

Por favor, não questione minha fé quando eu falar sobre a morte do meu filho.
Não diga que eu não acredito em Deus.
Não diga que Deus pode fazer milagres. Eu sei, sim, ele pode, mas e se o milagre for invisível aos nossos olhos? Se for o milagre da renovação, da mudança ou do testemunho da fé?
Não diga que você conhece um caso igual ao meu e que o bebê sobreviveu. Cada história é única.
Não diga para eu ter esperança...esperança é diferente de fé...e as vezes, sim, eu tenho esperança.
Eu tenho fé. Eu tenho muita fé.
Se não tivesse estaria revoltada com Deus, se não tivesse não levantaria mais da cama, pediria para morrer...eu  ficaria desesperada.
Se não tivesse fé, eu concordaria em entrar na justiça para tirar meu filho que está no ventre, quando uma das médicas que me atendeu propôs isso, com 20 semanas.
Fé não é acreditar na cura física do meu filho...por mais que eu queira isso. 
Eu sempre lembro “que seja feita a sua vontade”
Fé é aceitação. É entrega.
Se acredito que meu filho é um espírito, então, a cura que eu mais desejo para ele é a espiritual...e não a física.
E se o pedido de cura for respondido no céu e não na terra?
Eu sofro, eu choro, eu reclamo, eu questione Deus e até fico com raiva...mas mesmo nesta hora eu também busco consolo, sabe onde?: na minha fé!
Quer dizer então que para milhares de mães e pais que perderam seus filhos é por que eles não tinham fé? 
Eu tenho fé no que Deus pode fazer...mas ele só faz algo que seja bom(maravilhoso) para mim, para o meu filho, para o meu marido...e se não for o melhor?
A morte não é o pior...a morte não existe!
Deus não é o Papai Noel de barba branca e roupa vermelha, mas muitas vezes as pessoas esperam que ele seja.
E por último: Eu, realmente, não sei qual será o capítulo final: se você Filho vai viver por algumas horas, minutos, dias ou anos....ou se você vai morrer...
Mais eu penso nas duas possibilidades sim, e eu quero o respeito de todos para pensar assim.
E, por favor, amigos e familiares, não entendam minha aceitação, inclusive da morte, como falta de fé...porque é muita, muita fé que eu tenho aqui dentro de mim!!!

terça-feira, 26 de maio de 2015

31 semanas

Conheci essa semana a história da obstetra Dra. Quésia Tamara Mirante Ferreira Villamil, que em sua primeira gestação (planejada e esperada), descobriu esperar um bebê anencéfalo.Mesmo sabendo que o bebê teria uma expectativa de vida muito curta, prosseguiu com a gravidez normalmente. Sugiro a leitura do livro dela!!!


Como eu chorei lendo seu relato e me identificando em vários momentos...e aí o que eu fiz? Marquei com a Doutora Quésia, afinal, eu precisava conhecê-la... E fiquei ainda mais admirada pessoalmente, mais do que pela sua história, ela entendia nossa dor...

Estou um pouco tristinha essa semana(desculpa filho se a mamãe não consegue ser forte toda semana) o passeio no Parque domingo com toda a família e a leitura do livro me fez pensar sobre a aceitação da morte e que, talvez, eu não pudesse viver com o meu filho aquilo que minhas primas estavam vivendo com suas filhas: brincar, passear, fazer piquenique... Eu eu só queria viver a mesma coisa.
E talvez eu esteja fugindo da ideia da morte.
Afinal, ter fé não é acreditar que meu filho vai viver é aceitar a vontade de Deus, qualquer que ela seja.  Aceitar, aceitar, aceitar, aceitar...
Aceita:

- que você não pode planejar ou preparar o quartinho do bebê;
- que você não fará enxoval;
- que você não fará chá de bebê;
- que você não sabe se é Yasmin ou Samuel(eu sei que eu minto para as pessoas dizendo que é surpresa);
- que você não terá seus filhos em seus braços por muito tempo e, talvez, nem por um minuto;
- que você não, não, não, não, não um monte de coisas que pessoas, grávidas, mães normais fazem....
O que podemos fazer, filho?
Viver o hoje...um dia de cada vez...e aceitar.
Aceita mãe, aceita filho!!!


segunda-feira, 18 de maio de 2015

30 semanas

Filho, a mamãe não escreveu isso, mas as palavras dessa mãe são a dela:

"Passei nove meses esperando o futuro e deixei de aproveitar mais e melhor o que era meu presente...Por isso, aproveitem seus filhos do jeito que eles são, ame-os mesmo que distantes de ti, ame-os mesmo que não sejam como você idealizou, instrua-os para serem pessoas felizes e de bem, aproveitem cada momento com cada um de seus filhos, compartilhem com eles as experiências da vida, criem seus filhos com carinho e entusiasmo, estreitem os laços fraternais, respeitem seu desenvolvimento, suas dificuldades e elogiem seus acertos, não os protejam em demasia, mostrem os limites com clareza e tranquilidade, acompanhem cada fase, cada passo, cada letra, cada amigo, cada livro, cada amor... Não importa se viverão 9 meses e 3 dias ou 93 anos. Vivenciem seus filhos e os deixem partir quando tiverem de ir... E ao partirem, que as lágrimas caídas sejam de puro e verdadeiro amor."
Achei este texto no link: http://www.partidaechegada.com/2009/11/dor-da-mae-que-perde-um-filho.html

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O MEDO: COMPREENDA E ACEITE E O AMOR SURGE


[Osho, você disse que a pessoa que tem medo, não pode amar, nem pode chegar ao estado de deus. 

Mas como a pessoa vai fazer para sair desse medo? ]

Por que você quer sair do medo? Ou você ficou com medo do medo? Se você tem medo do medo, isto é um novo medo. É assim que a mente vai criando o mesmo padrão sempre, repetidamente. Eu digo: “Não deseje e então você chegará ao divino.”. Então, você pergunta: “Realmente, se não desejarmos, então, chegaremos ao divino?” - você já começou a desejar o divino.

Eu lhe digo “se há medo, o amor não pode existir”, então, você fica com medo do medo. Você pergunta: “Como a pessoa pode sair do medo?”. Isto é novamente um medo, e mais perigoso do que o primeiro medo, porque o primeiro era natural; o segundo é antinatural. E é tao sutil, que você não percebe o que está perguntando – como sair do medo?

A questão não é sair de nada: a questão é somente de compreensão. Compreenda o medo, o que ele é, e não tente sair dele, porque, no momento em que você começa a tentar sair de qualquer coisa, você não está pronto para compreender aquilo – porque a mente que pensa sair, já está fechada. Ela não está aberta para compreender, ela não é solidária. Ela não pode contemplar quietamente; ela já decidiu. Agora o medo se tornou o mal, o pecado, então saia dele.

Não tente sair de nada.

Tente compreender o que o medo é. E, se você tem medo, então, aceite-o. Ele existe. Não tente escondê-lo. Não tente criar o oposto. Se você tem medo, então você tem medo. Aceito isso como parte do seu ser. Se você puder aceitá-lo, ele já desapareceu. Através da aceitação, o medo desaparece: através da negação, ele aumenta.

Você chega a um ponto onde você sabe que tem medo, e você compreende o seguinte: “Por causa deste medo, o amor não pode acontecer a mim. Então, tudo bem, o que eu posso fazer? O medo existe, então, somente uma coisa acontecerá – eu não fingirei amor. Ou, eu direi à minha amada ou ao meu amado, que “é por causa do medo que eu me estou me agarrando a você”. Lá no fundo estou com medo. Serei franco quanto a isso; não mais enganarei ninguém, nem a mim mesmo. Eu não fingirei que isto é amor. Eu direi que é simplesmente medo. Por causa do medo, eu me agarro a você. Por causa do medo, eu vou ao templo, ou à igreja, e oro. Por causa do medo, eu me lembro de Deus. Mas, então, eu sei que aquilo não é oração, aquilo não é amor, aquilo é somente medo. Eu tenho medo, então, seja o que for que eu faça, ele está presente. Aceitarei esta verdade.”.

Um milagre acontece quando você aceita a verdade. A própria aceitação o transforma. Quando você sabe que há medo em seu ser e você não pode fazer nada sobre isso, o que você pode fazer? Tudo que você pode fazer é fingir, e os fingimentos podem ir ao extremo, ao outro extremo.

Um homem muito medroso pode ser tornar um homem muito bravo. Ele pode criar uma armadura ao seu redor. Ele pode se tornar um atrevido temerário, só para mostrar aos outros que ele não tem medo. E, se ele puder enfrentar o perigo, ele pode se enganar que não tem medo. Mas até um homem mais corajoso tem medo. Toda a sua bravura está apenas em derredor; lá no fundo, ele treme. Para não ficar ciente disso, ele salta para dentro do perigo. Ele se torna engajado com o perigo, de modo a não ter consciência do medo, mas o medo está presente.

Você pode criar o oposto, mas isso não vai mudar nada. Você pode fingir que não tem medo – isso, novamente, não muda nada. A única transformação que pode acontecer é você tornar-se simplesmente ciente de que: “Eu tenho medo. Todo meu ser está tremendo e, seja o que for que eu faça, é devido ao medo.”. Você se tornou verdadeiro para si mesmo.

Então, você não tem medo do medo. Ele está presente, é uma parte sua; nada pode ser feito sobre isso. Você tem de aceitá-lo. Agora você não finge, agora você não engana ninguém, nem a si mesmo. A verdade está aí, e você não tem medo dela. O medo começa a desaparecer, porque uma pessoa que não tem medo de aceitar seu medo, tornou-se destemida – esse é o mais profundo destemor que é possível. Ela não criou o oposto, então, não há nenhuma dualidade nela. Ela aceitou o fato. Ela ficou humilde diante disso. Ela não sabe o que fazer – ninguém sabe – e nada pode ser feito, mas ela parou de fingir: parou de usar máscaras, faces. Ela se tornou autêntica em seu medo.

Essa autenticidade e esse destemor para aceitar a verdade, transforma-o. E, quando você não finge, não cria um falso amor, não cria uma ilusão ao seu redor, não se torna uma pessoa de mentira, você se tornou autêntico. Nesta autenticidade, o amor surge: o medo desaparece, o amor surge. Esta é a alquimia interna de como o amor surge.

Agora, você pode amar. Agora, você pode ter compaixão, solidariedade. Agora, você não depende de ninguém, porque não há nenhuma necessidade. Você aceitou a verdade. Não há nenhuma necessidade de depender de ninguém; não há necessidade de possuir e ser possuído. Não há nenhum anseio pelo outro. Você se aceita – através desta aceitação, o amor surge. Ele preenche seu ser. Você não tem medo do medo, você não está tentando se livrar dele. Simplesmente ele desaparece quando aceito.

Aceite seu ser autêntico e você será transformado. Lembre-se disto: aceitabilidade, total aceitabilidade, é a chave mais secreta do tantra. Não rejeite nada. Através da rejeição, você ficará aleijado. Aceite tudo – seja o que for. Não condene isso, e não tente escapar disso.

Há muitas coisas implicadas nisso. Se você tentar se livrar disso, você terá de cortar seu ser em departamentos, em fragmentos, em partes. Você ficará aleijado. Quando você joga fora uma coisa, alguma outra coisa também é jogada fora com ela – a outra parte dela – e você fica aleijado. Então, você não é total. E você não pode ser feliz, a menos que seja total e íntegro. Ser íntegro é ser santo. Ser fragmentado é ser incompleto e enfermo.

Assim, eu direi: tente compreender o medo. A existência deu-o a você. Deve haver algum significado profundo, e deve haver algum tesouro escondido, então, não o jogue fora. Nada lhe é dado sem algum significado. Nada existe dentro de você que não possa ser usado numa sinfonia mais elevada, numa síntese mais elevada.

Tudo o que existe em você, quer você compreenda ou não, pode se tornar um degrau. Não pense nisso como uma barreira: permita que se torne um degrau. Você pode tomá-lo como algo que impede a caminhada – não é impedimento. Se você puder andar sobre isso, se você puder usá-lo, firmar-se sobre isso, uma nova visão do caminho lhe será revelada num nível mais elevado. Você será capaz de olhar fundo na possibilidade, no futuro, na potencialidade.

(...)

Mas, se você tentar esconder o medo, destruí-lo, criar o oposto dele, você ficará divido e se tornará fragmentado, desintegrado. Aceite o medo e use-o. E, no momento em que você sabe que você o aceitou, ele desaparece. Tente pensar: se você aceita seu medo, onde ele está?

Um homem veio a mim e disse: “Eu tenho muito medo da morte.”. Ele tinha câncer, e a morte estava perto; a qualquer dia, ela podia acontecer. E ele não podia adiá-la. Ele sabia que ela ia acontecer. Dentro de meses, ela estaria ali – ou até mesmo dentro de semanas.

Ele estava verdadeiramente, físicamente e literalmente tremendo. Ele disse: “Me dê apenas uma coisa: como eu posso sair deste medo da morte? Me dê um mantra, ou alguma coisa que possa me proteger e me dê coragem para encarar a morte. Eu não quero morrer tremendo de medo.”. O homem disse: “Eu já estive em muitos santos. Eles me deram muitas coisas. Eles foram muito gentis. Um me deu um mantra, outro me deu umas cinzas sagradas, outro me deu seu retrato, alguém me deu alguma outra coisa, mas nada ajudou. Tudo em vão. Agora, eu vim até você como o último recurso. Agora não irei a mais ninguém. Dê-me alguma coisa.

Então, eu lhe disse: “Contudo, você não percebe. Por que você está pedindo algo? – só para sair do medo? Nada ajudará. Eu não posso lhe dar nada. Ademais, como os outros se provaram fracassos, eu também me provarei um fracasso. E eles deram-lhe algo porque não sabiam o que estavam fazendo. Eu só posso dizer uma coisa para você: aceite o fato. Trema, se tremer estiver presente – o que fazer? A morte existe, e você sente um tremor; então, trema. Não rejeite isso, não reprima. Não tente ser valente. Não há nenhuma necessidade. A morte existe. Ela é natural. Fique totalmente com medo.”.

Ele disse: “O que você está dizendo? Você não me deu nada. Ao invés, ao contrário, você diz para aceitar!”.

Eu disse: “Sim, aceite. Simplesmente vá e morra pacificamente com total aceitação.”.

Depois de três ou quatro dias ele voltou novamente, e disse: “Funciona. Eu não pude dormir por tantos dias, mas durante esses quatro dias eu dormi profundamente, porque é isso mesmo, você está certo. Ele me disse: “Você está certo. O medo existe, a morte existe, nada pode ser feito. Todos os mantras são apenas truques – nada pode ser feito.”.

Nenhum médico pode ajudar, nenhum santo pode ajudar. A morte existe, é um fato, e você está tremendo. É natural. Uma tempestade chega e todas as árvores tremem. Elas nunca vão a nenhum santo para perguntar como não tremer quando a tempestade está passando por elas. Elas nunca vão pedir um mantra para mudar isso, para protegê-las. Ela treme. É natural; é assim.

E o homem disse: “Mas aconteceu um milagre. Agora, eu não estou com tanto medo.”.

Se você aceita, o medo começa a desaparecer. Se você rejeita, resiste, luta, você dá energia para o medo. Esse homem morreu pacificamente, destemido, sem medo, porque ele pôde aceitar o medo. Aceite o medo e ele desaparece.

Osho, The Book of the Secrets, V2, # 60

terça-feira, 12 de maio de 2015

Meu primeiro Dia das mães 28/ 29 semanas

O dia 10 de maio de 2015 ficará marcado para sempre em minha memória, perispírito, coração...
Afinal, foi o meu primeiro dia das mães.
Eu sei que é uma data comercial do varejo e blá, blá, blá...mas de verdade: é uma data linda, que celebramos o amor do ser mais especial do mundo: as mães!
Filho, a mamãe está muito feliz de ter vivido este dia com você, mesmo ainda dentro da barriga dela.Numa simbiose perfeita de amor...
Mamãe ainda ganhou homenagens dos primos nesta data: fui eleita a mãe do ano, acredita?rsrsrs
Ganhamos também uma cartinha, escrita pelo Gustavo, Gabriela e Pablo, em que eles diziam torcer muito pela sua saúde. É tanto amor...tanta gente torcendo por você.
É tempo de amar, aceitar e entregar!!!





quinta-feira, 7 de maio de 2015

É isso...

Descoberta de filho anencéfalo faz casal aproveitar a vida ao máximo


Um jovem casal estadunidense aguarda o nascimento do seu primeiro filho para Outubro e eles estão organizando uma bucket list ou, traduzido para o português, lista do que fazer antes de morrer. Eles começaram assim que receberam a notícia de que a criança é anencéfala.
A anencefalia ocorre em 1 de cada 4859 gravidezes nos Estados Unidos, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Quase todos os bebês com esta condição morrem logo após nascerem, segundo o CDC.
O casal tem descrito suas aventuras com seu filho ainda não nascido por meio de uma página no Facebook, denominada “Prayers for Shane”. Eles já viajaram pela cidade de Nova Iorque, foram aos jogos de baseball, visitaram museus e foram à praia.
Em uma das postagens na rede social, a futura mãe afirma que o filho já provou para eles que cada dia deve ser vivido ao máximo e é exatamente isto que a família está fazendo.


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ganhamos mais um tempinho juntos

O celular toca no trabalho. É a médica da mamãe pedindo para passar no consultório dela no fim do dia.
O que será?
Eu vou. Chego lá  a bomba:
- Vamos marcar seu parto para amanhã?"Suas plaquetas estão muito baixas, você corre risco de vida".
Eu perco o chão por alguns segundos. Mas já?(sinto medo, muito medo!!!)
- Amanhã? Não...não!!
Preciso ouvir mais uma opinião.
Quinta-feira pela manhã faço um novo exame de plaquetas e corro para o Hospital das Clinicas...
Tento entrar pela portaria tradicional, não consigo. Me mandam para o ambulatório. Me mandam para  a portaria. Vou para a portaria novamente...não consigo...Volto para o ambulatório e um "anjo" me deixa subir.
Subo vou atrás da equipe de Medicina Fetal.
Encontro.
O médico lê o relatório da minha médica.
- Concordo!Faça o parto, sua médica esta certa.
Eu volto pra casa com a certeza que Deus me deu uma resposta.(Mas será?)
Marcado para segunda-feira, Otaviano Neves: 7h30!
Sexta, 1º de maio, é feriado.
Sábado em casa.
- "A ficha vai caindo, o parto é segunda? Mas espera, quero tirar fotos pra registrar minha barriguinha, nossa união, nosso amor...Eu ainda não fiz.
Convoco minha prima Morena: ela topa, bora para o Parque do Primeiro de Maio, no sábado a tarde..temos apenas uma hora.
Muitas gargalhadas, minha prima me mata de tanto rir...como fazer pose com as formigas subindo em nossas pernas? Faço carão, carinho na barriga, beijinho no papai, olha a formiga me picando(rsrs), foto com o sapatinho e roupinha!Menino ou menina? Não importa mais...Coroa de flores feito pela tia Cláudia...o batom vermelho e os olhos pretos escondem as olheiras de choro, o coração triste porque você não vai estar mais protegido aqui dentro.
Acabou...não me deixaram ver as fotos...só depois de imprimir.
Sábado ainda tem reunião de tratamento no nosso Grupo Ló...mais carinho, mais abraço...e um passe revigorante!!!
Quanta emoção filho...estamos sendo tão amparados!
Domingo chegou: não, não quero levantar da cama(...) eu, você e o Papai quetinhos...um misto de medo, será que é agora mesmo? Será que você vai sobreviver...ainda tão pequeno e com este problema nos rins!!!
Choramos juntos...e você resolve mexer, mexer muito...o que quer me dizer?
Arrumo a mala para levar pro Hospital...separo suas roupinhas...nem deu tempo de lavar...
Choro...choro...choro...
Será que vai caber...é tudo tão grande? Você é tão pequeno ainda, amor!
Segunda de manhã: mamãe acorda forte...nada de choro papai...estamos confiantes!
Se não for para ser não vais ser...
Vovó nervosa leva a gente pro Hospital.
O médico plantonista lê o relatório...fica em dúvida se é o momento certo.
Pede novo exame de plaquetas. Liga para nossa médica.
Temos que esperar...só daqui três horas teremos o resultado.
Vamos brincar de colorir? Eu, você e vovó...isso ajuda a não pensar em nada.
No Hospital vejo grávidas comemorando nascimentos, saindo com seus filhos no colo...
Sofrendo com as contrações...e eu fico pensando: é agora? vou ter essa mesma felicidade de sair com você em meus braços?
Choro escondidinho...vovó já esta muito nervosa e ansiosa...não quero que ela veja a gente chorando.
O resultado saiu as plaquetas subiram: uebaaaaaaaaaaa!!!!
O médico desce para nos ver e resolve: vamos esperar mais um pouquinho.
Ou seja, ganhamos mais um tempinho, filho, agarradinhos...numa simbiose!
Li outro dia em um blog: "O que vale não é o tempo que eles permaneceram ao nosso lado nesta Terra e sim, a intensidade dos momentos vividos, o amor que aprendemos a sentir, todos os sentimentos valiosos que aprendemos a viver".
E é isso!!! Te amo, amor da mamãe!!!