quinta-feira, 18 de junho de 2015

Nascimento do Samuel - 33 semanas e um dia

Madrugada de segunda para terça-feira, 9 de junho de 2015, mamãe começa a passar mal, sentir dores fortes na região abdominal. Em um primeiro momento ela pensa que é apenas uma dor de barriga. Levanta, deita, senta, anda....a dor vai e volta, dura segundos.
Volta para cama e tenta dormir, cochila, mas as dores vão e voltam...
Um leve sangramento de cor rosa aparece, mamãe fica muito preocupada. Papai levanta em alguns momentos pergunta se esta tudo bem? E diz para mamãe tentar dormir..
Despertador toca as 7h hora do Papai ir trabalhar. Ele pergunta se esta tudo bem? Mamãe não quer preocupa-ló diz que sim, e que pode r trabalhar e que caso as dores continue ela liga pra ele.
Assim que ele vai para o trabalho, mamãe telefona para vovó e  relata o que está sentido. Vovó acha que devem ser contrações... Em seguida, mamãe liga para tia Pamella, amiga médica, e comenta o que estava acontecendo. Ela acredita que devo estar em trabalho de parto e manda a mamãe ir imediatamente para o hospital.
Já desligo pensando em ligar para a vovó, mas ela nem esperou, já voltou do trabalho para casa  e esta subindo as escadas desesperada.
Pego uma camisola, um chinelo, uma escova de dente e duas calcinhas...ainda não tenho certeza se estou em trabalho de parto, podem ser apenas cólicas.
Suas roupinhas de maternidade (sim, eu tenho esperança, lembra?) estão todos na casa da madrinha Fátima. Ela ficou de lavar e passar tudo. Mas ainda estamos com 33 semanas, acho que ainda não esta na hora(penso naquele momento).
Partimos rumo ao hospital Octaviano Neves, não sei bem se devo ir para lá, mas é a única referência que tenho. Lembra da última vez que fomos parar lá?Com 27 semanas? Ainda não era a hora...mas desta vez o corpo quem esta dizendo, na última foram os médicos que disseram.
Chegamos por volta das 9h20 da manhã preenchemos as fichas e aguardamos o médico de plantão. Quantas grávidas, quantos nascimentos parecem que vão acontecer naquele hospital hoje...será que chegou o nosso dia? Vovó me lembra que hoje e aniversário do titio Tico, será que você vai nascer no dia do aniversário dele? Vai ser uma alegria, não acha?
As cólicas, ou melhor, as contrações pioram cada vez mais. Duravam em torno de 10 a 15 segundos em um curto espaço de tempo, que não consigo ter certeza, se são 10 minutos, as vezes 15, as vezes 6 minutos.
É uma cólica forte, ao mesmo tempo, eu sentia umas fisgadas na vagina...É uma alivio quando passa, parece que nada aconteceu. É uma dor suportável (falando uma semana depois), mas na hora parecia ser insuportável.  Mas passa!
A enfermeira mede minha pressão e faz algumas perguntas e me encaminha para o ultrassom.
Esperar o ultrassom foi muito dolorido, as contrações pioraram e as horas pareciam não correr.
Neste tempo de espera recebo a ligação da amiga Ruth do IES, Grupo Espírita do Rio de Janeiro que tem feito a distância um tratamento espiritual em mim e em você, ela me diz para ficar calma e relaxar quando vier as contrações. Diz ainda que esta orando por nós.
No ultrassom o mesmo de sempre: a megabexiga e a falta de liquido aminótico. O médico disse que não tinha nenhum, nenhum liquido...Ele olha, olha e o ultrassom parece demorar uma eternidade.
Desta vez ele não me mostra você...
Com o ultrassom nas mãos volto para esperar o médico de plantão...fico feliz de ser atendida por uma médica grávida de nove meses...acho que ela vai entender meus medos e minhas angustias.
Ela me examina, diz que está na hora, que já consegue sentir seu pezinho, ou seria, o cordão umbilical? Descubro posteriormente que neste momento eu tinha cinco centímetros de dilatação.
Sim é a hora...meu coração dispara, mas, ao mesmo tempo, vem uma tranquilidade, uma serenidade que eu nem sei de onde é?
A enfermeira tira minha roupa, coloca o avental, me coloca numa cadeira de rodas. E manda a vovó ir na recepção preencher minha fica.
Ligo pro Papai, mas ele não atende, esta desligado(Como eu queria falar com ele)...mando uma mensagem pelo watsapp: está na hora! Vem para cá!...A médica diz que acha difícil ser parto normal, diz que vai conversar com um outro médico antes de decidir.
Eu digo a ela que a única coisa que eu quero e te ver: vivo ou morto, bonito ou feio. Mas que meu grande sonho é ver você vivo, nem que seja por alguns instantes.
Eu ligo para a terapeuta Liliane, mando mensagem para a Ruth do IES, para a Paulinha e Erika. E telefono para tia Pamella, comento sobre a possibilidade da cesariana...não consigo dizer mais nada, a enfermeira pede o telefone, minha mãe me dá um beijo e minha abençoa. E  hora de tirar a aliança.
Subo no elevador acompanhada da enfermeira que diz para eu ficar tranquila.
Mas eu estou!
Sou transferida para uma maca e levada para a sala do parto, fico sozinha por alguns segundos, e olho tudo em volta e oro, peço a Deus proteção, peço para cuidar de você, sinto a presença do vovó Aldair... E entrego!!!
A enfermeira volta, chega o anestesista...ainda não sabemos se vai ser cesariana ou não.
Tomo a primeira analgesia, uma picada forte na coluna...
Pamella chega, se apresenta como médica e como minha amiga.
Como é bom ver alguém que ama naquele momento.
A médica sobe diz que eles vão tentar fazer um parto normal...fico feliz, aliviada. Ela diz ainda que é para eu ir para sala de pré-parto e que vai colocar um ocitocina no meu soro.
Vamos para sala de pré-parto, titia Pamella esta comigo e comenta sobre a vida, trabalho. Mamãe consegue distrair e relaxar um pouco.
Pamella diz que papai ja chegou e que esta com a vovó lá embaixo na recepção. Eles vão subir na hora do parto...
Fico mais tranquila.Vovó e Papai estão nervosos, melhor tia Pamella ficar aqui. Ela conversa de igual para igual com os médicos. Além disso, ela explica a sua situação para cada um deles e a mamãe não precisa ficar repetindo as palavras: megabexiga, osmoralidade alta, rins não funcionando...e malformação.



O RENASCIMENTO

Passado um tempo as contrações voltam, minha perna treme e digo que estou sentindo muita dor.
Titia Pamella chama o anestesista e ele me aplica mais um pouco de analgesia.
Alivia um pouco as contrações, mas de repente sinto algo estranho entre as pernas.
Falo com a titia Pamella e ela diz que é cordão umbilical que está para fora.
Ela chama com rapidez a enfermeira e os médicos.
Um batalhão me socorre, levando minha maca para sala de cirurgia.
No caminho para sala, escutam seu coração...parecem nervosos e aflitos.
Mas a mamãe esta calma, apesar do coração acelerado.
Tiaia Pamella comenta o seu caso com a pediatra que acabara de chegar, Doutora Rita.
Eles mandam eu fazer força, segura na maca...força, força...um médico pressiona minha barriga para baixo, empurrando você.
Me sinto esgotada e sem forças, mas continuo fazendo forças, buscando forças não sei de onde.
A enfermeira grita não para continua fazendo força....
Vejo algo saindo de dentro de mim...sinto uma dor forte, como se tivesse me rasgando, e um alivio quando percebo que sua cabecinha Samuel saindo.
Estou ofegante....
Papai adentra na sala de parto nesta hora. No momento que eles acabaram de tirar você de dentro de mim e cortam seu coração umbilical...Ainda estou ofegante, olhos arregalados e coração muito acelerado. Só consigo olhar para o lado direito e ver a pediatra te examinando...Meu amor como é bom te ver de verdade...
Respiro e pergunto se você esta vivo: A pediatra diz que sim, que seu coraçãozinho esta batendo. Ela pergunta se sabemos o sexo e se já tem um nome: Mamãe diz que sim: Samuel!
E a pediatra, de uma forma muito gentil, diz: Eu te batizo Samuel.
Ela diz que esta acabando te examinar e que já, já vai te colocar em meus braços.
Mamãe esta paralisada te olhando, um misto de emoções invadem meu peito, meu coração.
A pediatra levanta minha camisola coloca você em meu peito.
E eu choro...choro...choro!
E eu te olho e te digo: - "Ei amor da mamãe".
Você suspira, parece buscar ar...só um olhinho aberto que me olha...
Titia Pamella pega uma cadeira pro Papai que, claro, também esta chorando...
E o mundo para completamente...eles me perguntam algo, mas eu não escuto...(no vídeo dá para vê que eles me perguntam algo três vezes)...mas eu estou completamente paralisada. Encantada com você ali...como esperamos este encontro.
Quando você veio para o meu colo, ele colocaram uma fralda te cobrindo.Depois de alguns minutos eu levanto para vê: sua bexiga está para fora, seus pés e pernas são tortos, apenas um olhinho esta aberto...mas nada importa, se algumas vezes fiquei com medo de como seria te ver com muitos problemas físicos, naquele momento nada importava, você era lindo meu amor...lindo!
E pela primeira vez eu entendo os médicos e o que eles diziam quando falavam que era um milagre você estar vivo com 33 semanas de gestação.
Você era um guerreiro, que lutou muito para viver...nem que seja para despedir da gente.
Papai me mostrou sua boca, sobrancelha, cabelo....tudo parecia com o papai. Como pode? Haaaaaaa mas os dedões eram da mamãe, viu? Iguais os do vovô Aldair.
Eu disse várias coisas em pensamento à você: eu dizia que eu te amava, que eu nunca te esqueceria e cantarolei a música do Djavan para você "Te quero mais que tudo, tudo, tudo...te amar sem limites...viver uma grande história"
Em voz alta eu disse: "Amor da mamãe, nos te amamos muito. A cura que queremos para você é a espiritual. Eu vou te amar para sempre".
Enquanto você estava no meu colo, a pediatra te examinava, ouvia seu coraçãozinho.
Papai lembrou de pedir a tia Pamella para tirar fotos e até filmou você no meu colo.
Mamãe sem forças e com as pernas dormentes não conseguia levantar para te beijar. Mas ela conseguia beijar seus pés, acarinhar seu rosto e dizer que te amava.
Papai chorava e perguntava a mamãe se estava tudo bem, se eu estava sentindo dores.
Enquanto você estava no meu colo: o médio, Dr. Northon, apertava minha barriga, tirando a placenta que ainda estava dentro de mim, e depois me costurou e eu não sentia nada, o mundo realmente parou.
Acho que depois de uns quinze minutos de você comigo, sentindo meu calor, e mudando sua cor de azul para cor de pele...a pediatra disse que deveria te levar para a incubadora para te dar um pouco de calor...eu disse que concordava e que eu queria muito que a vovó te conhecesse, ainda vivo.
Então ela pegou você no meu colo e antes de sair, deixou que eu te desse um beijo, aquele que eu não consegui dar em sua cabeça e te abençoar...o último beijo! E eu repeti: Eu te amo filho!



terça-feira, 16 de junho de 2015

Um sonho e uma doula no meio do caminho...

Mamãe acordou na segunda-feira pela manhã contando para o Papai e a vovó sobre o sonho que tivera: Estava no Grupo da Fraternidade Irmã Ló e recebeu da Cidinha uma orientação por escrito. Eu não me lembro direito o que mais aconteceu no sonho, só lembro da orientação em que estava escrito a semana do seu nascimento, eu vi um 38 e um 39...não havia o dia exato, mas foi o que a mamãe conseguia lembrar e decifrar do sonho.

Meu comentário naquela manhã foi que estávamos junto com a espiritualidade decidindo o melhor momento, ou melhor, acho que eles estavam tentando nos convencer...(rsrsrs) Será que era isso? Eu sei que é bem louco...

Externamente o dia começou feliz com um café da mãe super gostoso com a Tia Paulinha e titia Erika no Verde Mar do Diamond, em seguida mamãe teve uma reunião com um futuro cliente. No trabalho algumas pendências para resolver, mas tudo dentro da normalidade.

Uma lembrança muito feliz é que neste dia eu cheguei toda sorridente na PESSOA e fui na sala de cada um(Atendimento, Relacionamento e Financeiro) esticando o barrigão e dizendo: "Prazer este é o Samuel. Descobrimos na sexta-feira".  Em resposta muitos sorrisos e parabéns dos amigos da PESSOA!

Lembra que a mamãe abriu o site do laboratório buscando o exame inesperadamente, pois ele só ficava pronto no dia 10 de junho e ficou pronto cinco dias antes? Quando abri o site Eu estava na PESSOA Comunicação e fui para o banheiro chorar  e chorar de alegria...Mas acabei não contando para ninguém naquele momento, pois queríamos que o Papai fosse o primeiro a saber. Não é?

Mas voltando para segunda-feira, ressalto que a mamãe estava muito feliz, mas também agitada, acho que por causa do sonho, ou seria uma intuição? Eu estava pensando a todo momento sobre o parto. Como seria? Com quem seria? Já que nossa médica não estava mais fazendo parto... Será que o médico plantonista entenderia o seu caso? Será que eu poderia ver você vivo ou morto?

Foi então que mamãe se lembrou da terapeuta, Liliane, e da última "consulta". Ela aconselhou a mamãe a esvaziar a mente, cheia de pensamentos e dúvidas,  e recomendou que fizéssemos yôga para gestantes...Ao lembrar disso peguei no telefone, exatamente as 18h10, e liguei para Rosana, professora de yoga.

Uma mulher doce e incrível, conversei com ela por quase quarenta minutos e contei toda nossa história. De aula de yôga eu já queria que ela fosse minha doula...ela me falou sobre os problemas do parto pélvico e da minha vontade de conseguir ter um parto normal...me deu alguns conselhos e marcamos de encontrar no outro dia.

Hoje pensando sobre isso, vejo que ela me passou muita tranquilidade e que ela me ajudou muito, mesmo sem saber que sua hora estava bem próxima.

Ao sair do trabalho mamãe foi direto para casa da titia Damaris, havia muito tempo que eu não há encontrava, conversamos um pouco, ela brincou diretamente com você e fomos embora felizes, mas agitados.

Mamãe chegou em casa um pouco nervosa e Eu e o seu Pai acabamos discutindo...Mas no meio da briga lembramos que estava na hora do nosso culto no lar. E lá fomos nós fazer o culto. A leitura foi de um texto do livro "Coragem", aberto espontaneamente, em que  Emmanuel falava sobre serenidade. Mamãe nem conseguiu comentar, só chorava, estava estranha e sensível. Papai então resolveu fazer a prece final, o que é muito raro, uma prece linda e sincera, falando do nosso sofrimento, mas também do nosso amor e pedindo, claro,  muita serenidade e paz.

Foi um momento lindo...O que não sabíamos é que seria os últimos momentos com você em meu ventre, os últimos momentos Eu, você e Papai em nossa casa...e que estávamos sendo preparado para o dia mais importante de nossas vidas: o outro dia, a terça-feira, 9 de junho de 2015.







32 semanas e seis dias: Viver é muito perigoso!

Domingo, 7 de junho de 2015, estávamos muito felizes pelo casamento dos primos, Davi e Tati, e por anunciar para toda família que havíamos descoberto que o ser tão amado por todos em meu ventre é um menino, Samuca, Samuel!!!

Algo curioso e ao mesmo tempo trágico aconteceu naquele domingo. Passamos o dia na casa da prima Morena para comemorar o aniversário do marido dela. E um monomotor caiu há um quarteirão da onde estávamos causando um susto enorme em todos nós. Principalmente, para o Papai e titios que estavam no quintal da casa e viram o avião caindo... Você se assustou filho? A mamãe ficou nervosa e o coração acelerou...mas me acalmei rapidinho pensando em você.

Por alguns momentos, depois do susto, pensamos na vida, refletimos sobre o inesperado, e conversamos sobre os perigos da existência. Me lembrei da frase "Viver é muito perigoso. E aprender a viver é o que é o viver mesmo"....

Naquele dia, Eu você e o Papai, oramos  pelo pilotos envolvidos no acidente, por suas famílias e agradecemos pela nossa vida, da minha família, a sua filho e de todos que amamos...

Um dia de refletir sobre a vida e agradecer por ela...




segunda-feira, 8 de junho de 2015

Samuel vem aí!!!

E com 32 semanas eu resolvi fazer o exame de sexagem fetal (escondido de todos) e saber qual era o seu sexo filho, já que pelo ultrassom foi impossível saber, devido ao tamanho de sua bexiga.
Que alegria foi abrir o site do laboratório Hermes Pardini e saber: menino!!!
Era muito importante te dar um nome e imaginar melhor seu rostinho...
Samuel foi o nome escolhido antes mesmo de você ser concebido, pela força do nome e pela história da bíblia, um filho muito desejado pelos seus pais, um presente de Deus. 
Depois da mamãe, o papai foi o primeiro a saber...depois a vovó Maristela e em seguida toda a família. Seguido dos amigos queridos: titia Pamella, Damaris, Verônica, Erika e Paulinha.
Aproveitando o casamento dos primos: Tati e Davizinho, no sábado, dia 06 de junho, entramos na igreja São Judas Tadeu (Santo das causas impossíveis), em que fomos padrinhos, segurando um sapatinho de homenzinho e anunciando que você é o príncipe do papai e da mamãe...Nunca vou esquecer este dia!!!
Meu bebê, meu feijãozinho, o amor da mamãe, meu "cabeçãozinho" agora tem nome e sobrenome: Samuel Woyames de Assis Almeida!!!!

"Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. Por este menino orava eu; e o Senhor atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito. Por isso também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver, pois ao Senhor foi pedido. E adorou ali ao Senhor".

Porquê Samuel? 

'Os pais de Samuel chamavam-se El-cana e Ana. Eles se amavam muito e queriam um filho, mas Ana não podia ter nené. Por isso,ela rezou, com toda a confiança, pedindo a Deus que lhe desse tal filho.

Passado não muito tempo, Ana ficou grávida e deu à luz um menino. Ela o chamou com o nome de Samuel, que significa "pedido ao Senhor". Seus pais ficaram contentes e agradeceram muito a Deus. Sua mãe cuidava dele com todo amor e carinho. E lhe ensinava muitas coisas. Certamente foi dela que Samuel aprendeu a rezar e a ter Deus como um amigo. Sua mãe havia feito uma promessa: de oferecer este seu filho a Deus para que ele se tornasse um sacerdote. 

Tirado do site: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/biblia/crianca/13.htm





quarta-feira, 3 de junho de 2015

32 semanas - O desafio da gratidão

A Flávia Melissa, psicóloga especializada em Medicina Tradicional Chinesa, iniciada em Filosofia Taoísta e que desenvolve um projeto de vídeos e publicações motivacionais que distribui através das redes sociais, lançou um desafio: o 300 dias da gratidão 2015 . 

Qual o objetivo? Ela mesmo explica "Simples-simplérrimo. Todos os dias, durante 300 dias a partir do dia 26/05, você vai escolher algo pelo que se sentir grato. TODOS OS DIAS, não importa o que aconteça. Não existem motivos pequenos, bobos ou superficiais. O que quer que seja que exista em sua realidade que seja capaz de despertar em você o sentido da gratidão e do contentamento vale. Você vai, então, tirar uma foto deste algo ou escolher uma imagem que represente a sua gratidão do dia e vai postar nas redes sociais (Facebook ou Instagram) escrevendo um pouco sobre a sua gratidão do dia e dos motivos pelos quais aquilo faz com que você se sinta grato. Ao final da postagem vai colocar as seguintes marcações: #flaviamelissa e #desafiodagratidão2015, para que todos possamos acompanhar as gratidões dos participantes do Desafio".

E, então, no meio deste furacão da minha vida, eu resolvi participar. Os motivos foram vários, mas o principal deles  é que um dia eu quero conseguir agradecer a Deus pelo que estou vivendo. Sério Filho!!! Mas hoje Eu não consigo fazer isso...consigo, ou melhor, tento aceitar,  tento entregar e confiar...e, talvez, participando deste desafio, e pensando todos os dias em um motivo para agradecer: eu consiga agradecer de coração e com verdade. 

Claro que eu consigo dizer sou grata (muito grata) pela benção da gravidez, por ter você em meu ventre. Mas não consigo agradecer por sua malformação e, principalmente, pela possibilidade, ou certeza dos médicos, de que vai viver poucas horas quando nascer ou, o mais provável, nem consiga nascer vivo...

O outro motivo é parar de reclamar e pensar em coisas negativas. Afinal, agradecer me traz uma energia boa, um sentimento gostoso, uma paz...e além disso a disciplina nos leva a prática, já dizia Emmanuel para Chico. 

E durante os sete primeiros dias eu tenho conseguido cumprir o desafio, ou seja, pensar e agradecer, de coisas simples e bobas, até as mais complicadas. Exemplo: já agradeci pelo seu coração batendo, pelo fato de você estar vivo, fui grata pelo pastel de Belém que ganhei da Tia Erika e do Francisco, grata pela vida do meu sobrinho Artur, pela saúde da nossa titia Claudinha, pelo amor da minha família e até pelo técnico do Cruzeiro(a mamãe também é torcedora, né?).

E hoje ao receber a news semanal da Flávia Melissa sobre gratidão, ela disse coisas maravilhosas que me tocaram, e eu tenho que ser grata a ela por isso...e quando li o email dela pensei? será um sinal de esperança? ou será apenas uma reflexão sobre o PARA que isso esta acontecendo conosco? 

"Oi! 
Como estamos em nossa segunda semana do #desafiodagratidão2015?
Se você já acompanhava minhas postagens nas redes sociais antes dos 300 Dias de Gratidão, sabia do fato de que em janeiro deste ano descobrimos, em um exame de rotina, que meu bebê Gael foi diagnosticado com uma alteração de nome feio, chamada pieloectasia - que depois de alguns meses evoluiu para uma de nome mais feio ainda, hidronefrose. Com a evolução do quadro tivemos que procurar um cirurgião pediátrico que nos passasse quais eram as condutas imediatas após o parto para conseguir fechar de fato o diagnóstico e averiguar em que grau da alteração ele estava. Dependendo disso, até mesmo uma cirurgia nos primeiros meses de vida poderia ser indicada
.
Se você é mãe, ou pai, ou tio, ou simplesmente ama muito uma criança, talvez consiga imaginar o que sentimos neste processo!
Tudo isso agitou meu mundo desde janeiro e, em muito momentos me desafiou a continuar me sentindo feliz e grata com a gestação, apesar de todo o meu medo. Muitas foram as vezes em que eu tive que me policiar, vigiar meus pensamentos e corrigir minhas atitudes porque nossa tendência é esta: olhar para os lados, tecer comparações e nos questionarmos - não sem uma pontinha de vitimização - "o que eu fiz para merecer isso?" ou então "porque comigo"?
A minha pergunta é: porque NÃO com você?

Eu não sou diferente de ninguém e estaria mentindo se não dissesse que em MUITOS momentos caí nesta espécie de "masturbação mental" a respeito dos motivos de porque estar enfrentando todos estes desafios em minha primeira gestação. Mas se tem uma coisa que eu aprendi em minha vida é a seguinte:
"As coisas não acontecem COM você.
As coisas acontecem PARA você."
E a verdade é que toda situação, por mais difícil e complicada que seja, SEMPRE guarda algo extremamente positivo em termos de aprendizado.
Quando saímos da ingrata posição de vítima e percebemos que as coisas acontecem em nossas vidas PARA alguma coisa, com um propósito que nem sempre conseguimos compreender logo de cara, conseguimos até mesmo criar significado para elas.
O que eu criei de significado para esta situação?
Eu compreendi que ainda tenho muito o que aprender em termos de confiar, relaxar e permitir que a vida flua. Aprendi que, ao abrir as portas para me tornar mãe, me abri também para todas as possibilidades de jornada e de caminho de meu filho - e que vou estar com ele, ao lado dele, vivendo tudo o que ele tiver que viver por quanto tempo for necessário. E entendi, finalmente, que mesmo que ele viesse com este ou qualquer outro problema de saúde, seria um GRANDE PRIVILÉGIO ter sido escolhida por este espírito de luz para cuidar dele em suas dificuldades aqui nesta vida. E então, como em um passe de mágica, o que antes estava me deixando preocupada e ansiosa me fez sentir uma gratidão enorme.
Nos últimos exames que fizemos, descobrimos que o rinzinho de Gael diminuiu pela primeira vez em 6 meses, e que está literalmente a um milímetro de voltar ao estado anterior, de pieloectasia, diminuindo enormemente as chances de uma cirurgia ser necessária.
O que eu acho que aconteceu? Simples: um MILAGRE!
Albert Einstein disse, já há bastante tempo, que existem apenas duas formas de se viver a vida: como se milagres não existissem ou se como absolutamente tudo fosse um milagre. Na verdade, milagre, para mim, é quando você muda a sua visão a respeito de algo e, transformando a sua percepção, você transforma este algo em si. Os estudiosos em física quântica podem dar explicações mais complexas a respeito do que aconteceu e os céticos podem usar aquela palavrinha curiosa, "coincidência" - que, alguém já disse, é como Deus se apresenta quando não quer assinar a obra. Mas, para mim, o fato de ter transformado apavoramento em gratidão (medo em amor) foi fundamental para que este milagre acontecesse. E, como diz o título de uma peça teatral escrita pelo italiano Luigi Pirandello, em 1917:

"Assim é, se lhe parece".

O que você vem fazendo com as situações que acontecem na SUA vida? Qual o significado ou propósito que vem agregando a elas?
Este foi um dos temas que discutimos no webinário ao vivo que rolou na segunda-feira, comigo e com a Paula Abreu do Escolha sua Vida. E uma das coisas que a Paula disse e que fizeram um sentido absurdo para mim foi pensar na Gratidão como se ela fosse um músculo que precisa ser trabalhado para conseguir sustentar o peso das coisas. Esta analogia fez um super hiper mega sentido para mim porque, acredito eu, obedece à aquela lei que rege todas as coisas: a prática leva à perfeição. Ninguém nasce sabendo se sentir grato e, infelizmente, não é uma das coisas que a gente aprende na escola quando é pequenininho.
É preciso atenção constante e muita vigilância para conseguir alcançar esta alquimia interior de transformar medo em amor.
Muita gente me pergunta como foi que começou o MEU processo de ganho de consciência, e eu sempre respondo, quando me fazem esta pergunta, do significado mais do que especial que o Curso Namastê teve em minha vida. Acho que foi a primeira vez em que me enxerguei frente a frente com todas as crenças limitantes e pensamentos distorcidos que me eternizavam na posição de vítima das circunstâncias ao invés de autora da minha própria vida. 
Eu acredito fortemente que tenhamos vindo a este mundo para compartilhar nossa luz e nossa jornada com as demais pessoas - e espero que estas reflexões a respeito de minhas próprias experiências tenham sido produtivas.

Pelo que você escolhe agradecer hoje?

Com meus votos de paz, bem e abundância, hoje e sempre,
Flavia"