terça-feira, 21 de julho de 2015

Mortes e renascimentos

Para cada relação de amor duradoura, um terceiro parceiro se faz presente nessa união, quer queiramos ou não. Esse terceiro é justamente: A Morte. Contudo, a morte não no sentido mal como é vista pelas pessoas...Falo da morte, no sentido que, as vezes, algo precise morrer, ou melhor, um ciclo precisa fechar para que outro surja.

E isso esta acontecendo comigo...existem vários ciclos em nosso relacionamento que estão morrendo dentro de mim...

Em nossa relação passei muitos anos querendo que minhas ilusões, expectativas sobre você, sobre mim e sobre nós permanecesse sempre lindo, o casal perfeito. E neste tempo sofri muito...Quis forçar o amor somente no seu aspecto positivo. Mas amar significa emergir de um mundo de fantasias para um mundo real, onde o amor duradouro é possível. Amar significa ficar com, mesmo quando cada célula manda fugir. E nossa tendência é fugir dos relacionamentos no momento em que verdadeiramente conhecemos o outro, quando vemos seus limites e suas fragilidades ou mesmo quando o prazer sexual diminui. Mas é nessa hora em que algo precisa morrer – nossas ilusões – para que o novo possa nascer: o verdadeiro amor. E é nesse momento também que perdemos a oportunidade de demonstrar coragem e de conhecer o amor.
Quando num relacionamento amoroso, por ventura, chega o momento onde as coisas ficam complicadas, embaraçadas, receamos que o fim esteja próximo. Isso é um equivoco. As vezes é só um ciclo que precisa morrer!
O amor em sua plenitude é uma série de mortes e de renascimentos. Deixamos uma fase, um aspecto do amor e entramos em outra. A paixão morre e volta, a dor é espantada para longe e vem à tona mais adiante. Amar significa abraçar e ao mesmo tempo suportar inúmeros finais e inúmeros recomeços – todos no mesmo relacionamento.
Há 12 anos nos tornamos conhecedores das mortes necessárias e dos nascimentos surpreendentes que criam o verdadeiro relacionamento amoroso.E eu espero que mesmo com enchentes em casa, traições, mentiras, secas, recém-nascidos, natimortos e cachorros possamos estar sempre juntos:...Pois amar é aprender os passos! 
Vamos juntos esquecer tudo que passou e construir um novo começo? Eu estou fazendo isso...vamos juntos?
A única confiança necessária é a de saber que, quando ocorre um final, vai surgir um novo começo...Já tivemos vários finais e, agora, que recomeçar...
Te amo!!!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Depois de ter você...

Um mês!
Eu pensei que não sobreviveria, mas aqui estou.
Teve dias que pensei que não conseguiria levantar da cama.
Mas aí vieram os recadinhos de amor dos amigos, as ligações e as visitas.
Teve flores, cesta de chocolate e bolinhos.
Teve também os inúmeros cafés da manhã na cama da vovó.
Muitos abraços...mega abraços...daqueles de tirar o pé do chão.
A lembrança do seu olhar, do seu soluço e do nosso amor.
E quando tudo estava tão nublado veio o Gordo e suas bagunças.
Os recadinhos de Deus, as deuscidências de consolo.
As conversas com a terapeuta.
O grupo presencial e online de mães que viveram o mesmo que nos.
O culto no Lar, o estudo do Eurípedes.
O retorno do nosso trio de amigas: Pam e Lydi!
A trilha sonora de todas as tardas regadas de Marisa Monte, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Cidade Negra e até Raça Negra.
Teve um caminhão de leite e o amor do Odete Valadares. E a Eva que recebeu seu leite...
Como foi simbólico doar seu leite para a Eva!
Teve "Scandal", livro de colorir, mandalas e os textos que escrevi pra você aqui no blog.
E a cada pensamento baseado no "e se" muitas, muitas lágrimas...
E teve sonhos, insonias, pesadelos.
Em um mês o mundo perdeu a sua beleza, sua cor e sua alegria.
Mas ele também ficou mais cheio de compaixão, empatia pela dor do outro e gratidão.
E foi tanto, tanto carinho.
E teve "bom dia" todas as manhãs para você: bom dia amor da mamãe!
E um amor transbordante.
Porque de verdade Samuel:  o amor é tudo que temos.




segunda-feira, 6 de julho de 2015

O que aprendi com o Samuel...

Aprendi que existem os meus sonhos, mas maiores do que eles, existem os sonhos de Deus pra mim.
Aprendi a sonhar menos, planejar pouco e  viver mais.
Não existe conto de fadas, amor ideal, casal ideal, família perfeita...a vida de verdade é cheia de problemas, medos, mortes, angustias...e o mais lindo delas é buscar alegria e amor mesmo assim.
Aprendi a admirar o papai(Kleber) e ver suas tantas qualidades e, principalmente, seu amor por mim, do jeito dele e não do meu.
Aprendi a entender melhor a dor do outro...a ter empatia e compaixão para com o próximo, principalmente, nos momentos difíceis.
Aprendi a ser mais forte e ao mesmo tempo ser fraca e frágil, e o melhor, sem me culpar por isso.
Aprendi que não tenho controle.
Aprendi a perceber que o que importa nesta vida é "invisível aos olhos"
Aprendi a ser mãe, ou seja, amar alguém mais do que eu mesma. E ser capaz de dar minha vida por ele, se fosse possível.
Aprendi, de verdade, a entender que a morte não existe.
A viver um dia de cada vez.
E ainda estou aprendendo a ter fé, em sua mais pura concepção.

Conversa com o Tempo...

não tem sido fácil gostar de você...
acho que nunca gostei...
eu queria mesmo, de verdade, mandar em você...
te controlar...
voltar no tempo, prolongar o presente, ir para o futuro.
eu queria mesmo, mesmo? mais 15 minutos, 35 minutos, 33 semanas...
escolhas diferentes, ser mais paciente, saber esperar...
viver cada dia de uma vez...
saber aceitar as horas, os minutos e até os segundos...
maldita ansiedade, malditos sonhos, projetos, planejamentos.
Eu não controlo nada.
todos dizem que o tempo cura,..
mas o que me importa saber "que horas são?Se faz frio ou faz calor?"
talvez eu não ligue mais pra você..
mas, talvez, só você cure minha dor...
pode ser que um dia eu te agradeça...mas não hoje.
vou deixar você me dizer...







quarta-feira, 1 de julho de 2015

Depois de ter você... Três semanas sem você

Depois de ter você,
Para que querer saber que horas são?
Se é noite ou faz calor,
Se estamos no verão,
Se o sol virá ou não,
Ou pra que é que serve uma canção como essa?
Depois de ter você, poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas,
Para que amendoeiras pelas ruas?
Para que servem as ruas?
Depois de ter você.
Autora: Adriana Calcanhoto 

https://www.youtube.com/watch?v=WDh-BNQftM8