quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Relato de parto: 1ª parte

"Um arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro (aproximadamente) contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva"....Descobri que estava grávida do meu segundo filho uma semana antes do meu aniversário, em novembro de 2015. A sensação ao ver o resultado foi como se alguém estivesse me enviando um grande presente: o meu rainbow babies, ou melhor,  meu bebê arco-íris.  O termo se refere aos bebês que nasceram após suas mães enfrentarem a perda de outro filho. Assim, descobrimos que um novo ser habitava em mim quatro meses depois da perda do Samuel, meu primeiro filho. Ele partira no dia 9 de junho de 2015, devido a uma malformação descoberta com 16 semanas de gravidez. Vivera por 33 semanas em minha barriga e 35 minutos em meus braços. Nasceu de parto normal numa linda terça-feira de inverno. Sua partida foi marcada por grande dor, mas também de um amor absurdo que me transformou em uma pessoa muito melhor. Voltando a nova gestação, inicialmente, ela estava repleta de medos, angustias, mas também de uma vontade de viver tudo aquilo que não foi possível com o Samuca. E para que tudo fosse realmente diferente a primeira decisão a ser tomada era a escolha do obstetra que iria me acompanhar na gestação. A última experiência me marcou negativamente e tudo que eu queria era alguém que me acolhesse e que cuidasse verdadeiramente de mim e do meu filho. 
Ao frequentar o grupo Por que partiu tão cedo? ouvi falar do médico Renato Janone que havia acompanhado duas amigas que passaram também por uma perda, uma delas, inclusive, havia tido um filho com o mesmo "problema" que o meu. Assim, quando descobri que estava grávida não pensei em outra pessoa. Precisava conhecer aquele médico. E foi assim que iniciei o pré-natal com o Doutor Janone, do Núcleo bem nascer. A cada consulta, a cada watsapp respondido eu me "apaixonava" por ele. Nunca vou esquecer quantos vezes ele repetiu a frase "Cada gravidez é uma história", frase que me tranquilizava e acalmava meu coração, as vezes medroso, as vezes angustiado. Renato foi de um carinho, profissionalismo e atenção, que nunca serei capaz de retribuir e agradecer...Ele está em minhas preces diariamente. Além dele, assim que descobri que estava grávida também decidi que queria ser acompanhada por uma doula, Rosana Cupertino. Um anjo de pessoa que eu havia conhecido pelo telefone na última gestação e que eu queria que estivesse ao meu lado, no momento mais importante da minha vida. Rosana me acompanhou também durante todos os nove meses. Respondeu minhas dúvidas, me indicou livros e filmes, asserenou meu coração, além de estar ao meu lado, no nascimento.
No dia 30 de junho de 2016 uma quinta-feira., eu com 38 semanas e três dias, acordei e fui trabalhar, era um dia normal. A expectativa e que Sophia só chegaria daqui duas semanas. Na terça havia tido consulta com o Doutor Renato e parecia que ainda estava longe. Dois fatos curiosos naquele dia me chamam atenção hoje ao relembrar aquela véspera.  O primeiro foi o fato do marido aparecer no trabalho a tarde comentar em tom de brincadeira que ele estava sentindo que Sophia estava próxima. 


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