De todos os clichés sobre a maternidade: “curta cada momento
que o tempo passa muito rápido” é o mais válido de todos. Na verdade eu amo
clichés, como a maioria dos jornalistas. Porque, na maioria das vezes, eles confirmam
que aquilo que sentimos já foi vivido por outro coração. Nas últimas semanas
Sophia começou a andar. E ver minha bebezinha (ainda é, né?) dar os primeiros
passos na véspera de completar um ano foi instigante. Um filme passou em minha
cabeça. Um enredo de nove meses repleto de alegrias, mas também de medo. Meses que eu vivia um luto e uma nova vida. E
neste filme a cena principal aconteceu no dia 1º de julho de 2016, com as
primeiras contrações. Quanto amor teve naquele parto. Tudo planejado para um
parto normal, mas sem o poder do controle, veio por uma cesariana. E o primeiro
a aparecer naquela cena foi o pezinho. E depois um choro suave de bebê e de
todos os envolvidos naquela cena. E a atriz principal queria mesmo era mamar.
Mamou ali mesmo na mesa de cirurgia. E teve os primeiros meses de descoberta.
Uma mãe exausta, noites sem dormir. Uma enxurrada de leite. Um bebê que trocava
o dia pela noite. E teve virose aos 28 dias e uma mãe sem saber o que fazer. A
mente edita olheiras, as dificuldades íntimas do puerpério. E foca no primeiro
sorriso, no cheirinho, nas sonecas abraçadinhas; revive a tentativa do bebê de virar
sozinho na cama, de engatinhar. Teve praia, viagem. Os dentinhos. As primeiras palavras: “mama”, “papa” e “sete”.
E crescimento. Nossa como teve. Da Sophia, da mamãe, do papai e de uma família.
Meu tão esperado sonho. Sophia veio colorir meu mundo de rosa, azul,
verde, vermelho...Eu choro dia sim, outro também olhando pra ela,
agradecendo por sua vida. E entendo a cada dia que a mãe possível é melhor que
a idealizada. E que educar é uma questão de profundidade. O que eu possa dizer
no seu primeiro aniversário Filha? Que o amor não é cliché. O amor é tudo que
temos. Você é meu arco-íris, minha chuva de amor. Obrigada por ter escolhido
vir nesta família, obrigada por me ensinar tanto. Eu sempre quis ser feliz assim.
Eu sonhei muito com este momento e sou grata, muito, muito, muito, muito grata
a Deus pela oportunidade do nosso encontro, reencontro.
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